10/12/2009


Este à direita é o Estevão, filho do meu irmão. Ré ré. Saiu ao pai. Eu tô à esquerda, véio pacas...

28/11/2009


Lançamento do álbum em quadrinhos do meu amigo Luciano Irrthum. Livraria Café com Letras, dia 5 dezembro, às 13h30. Todo mundo lá.

22/11/2009

Lula, o filho do Brasil

De Lula, o filho do Brasil, por enquanto, só conheço o trailer. Mas é o suficiente para emitir um juízo dificilmente alterável: não vi e não gostei. Já no trailer, percebem-se, em profusão, os elementos que costumam tornar a mistura entre interesses de estado e produção fílmica um fracasso ético e estético: o roteiro recebeu as tintas do épico lacrimogêneo, fundado na matriz narrativa do menino pobre, representante dos destinos de uma nação, em luta contra as adversidades da vida; a fotografia é ufanista, de cartão-postal, seguindo o (já velho) padrão global (também os atores repetem o star-system da Globo); a música é feita sob medida para causar a comoção que alguns, entretanto, dizem não ter sentido. Finalmente, a estratégia discursiva do filme centra esforços em fazer da trajetória redentora de Lula um símbolo insofismável da trajetória de todo cidadão brasileiro, operação ideológica que inspira a mais profunda desconfiança.
Às portas da sucessão de 2010, eis os traços dominantes de uma surpreendente tentativa de transformar um filme em instrumento da mais deslavada campanha eleitoral. Não menciono aqui os meandros que cercam o financiamento desta produção, de que se fizeram inéditas 500 cópias em película, com distribuição prevista para todo o Brasil. Sobre isso, diga-se, apenas, que “nunca antes na história deste país” um filme obteve tantos patrocinadores em tão pouco tempo. Fico nos aspectos estéticos, suficientes para fazer suspeitar do início de uma simbiose digna dos piores momentos da intervenção direta do estado na criação cinematográfica. Orientado para arrancar lágrimas das platéias e doutrinar a multidão de párias, Lula, o filho do Brasil é estética e politicamente um filme ocioso, fadado a ocupar lugar de destaque no museu de curiosidades bizarras de nossa história, como se já não as houvesse em número bastante.
Na semana que vem, a película dos Barreto ganhará as telas de todo o Brasil. Preparem-se para o vendaval de propaganda de que se fará acompanhar esta estréia. Não faltará pompa e circunstância para incensar diretores, atores e produtores, como se tivesse início, mais uma vez, a tão aguardada – e jamais realizada – retomada do nosso cinema. A todas essas, Glauber Rocha, o nosso maior diretor, deve estar se revirando na tumba. Fosse vivo, talvez dissesse, sobre Lula, o filho do Brasil: – Graças aos denodados esforços da máquina estatal, a demagogia política finalmente se implanta e se consagra na história do cinema nacional!

04/11/2009

31/10/2009


Este aqui lembra meu antigo chefe. Se bem que um burro ficaria mais parecido.

Desenho pra uma cartilha sobre assédio moral. Coolll...

23/10/2009

Horror a povo

Fui à TV Assembleia buscar um dvd com a gravação de uma entrevista para um amigo. Uma figura arrogante me atendeu, dizendo que não podia me entregar o dvd porque eu não tinha em mãos o protocolo. "Sem o protocolo, não tem como." Não passa pela sua mente perturbada que o dvd pode ser localizado (e fornecido) à simples menção do nome do entrevistado. Trata-se de uma cópia e, como tal, não poderia fazer mal nenhum à humanidade. (O original deve estar guardado por Deus num cofre de segurança máxima, sei lá.) O fato é que burocratas não atendem gente de carne e osso. Números é só o que vêem. Foram criados assim.

15/10/2009

Nelson Sargento


Para o blog do super ZU.

14/10/2009

O horror à mídia

Não é de hoje que ouço meus amigos petistas, contaminados por uma expressão infeliz disseminada pelo Paulo Henrique Amorim, chamarem a imprensa de PIG (Partido da Imprensa Golpista). Pela estreiteza de raciocínio, isto já me dá nos nervos. Chego a pensar que há uma estratégia em curso para a permanência do PT no poder ad infinitum, através de um controle estatal da informação. A questão da "mídia" sempre foi uma faca de dois legumes: ao mesmo tempo que certos grupos têm razão em dizer que ela manipula a informação (descobriram a pólvora!), um discurso como este serve também ao vitimismo político. Assim, os governos de mezzo-esquerda como o nosso ou os de esquerda burocrática como o do Chávez, por exemplo, são uns eternos perseguidos, somente porque foram objeto da crítica de determinados jornais ou jornalistas. Não houve corrupção, não houve incúria, não houve mandonismo, não houve pouca conversa com a sociedade: tudo não passou de intriga da imprensa. Assim fica fácil governar: aquilo que for objeto de crítica da imprensa não passará de uma campanha da oposição, pois o governo só quer o bem do povo. E, no entanto, o inferno está cheio de boas intenções (taí o Sarney, que não me deixa mentir). Será preciso ainda lembrar que, em outras épocas, jornais sofreram empastelamentos, perseguição política e censura? Que jornalistas foram suicidados, silenciados ou impedidos de trabalhar? Que alguns lidam com situações assim ainda hoje, em certos rincões do país? Esse discurso de criticar a mídia como se fosse uma entidade satânica é monolítico, generalizante e, portanto, tão burro e parcial quanto os textos do Diogo Mainardi. Trata-se de uma maneira de calar a sociedade. Nem todo jornal é o jornal Nacional. Nem toda TV é a Rede Globo. Nem toda revista é a revista Veja. Nem todas as intenções do governo são sacrossantas. O PT tem seus próprios órgãos de comunicação, também bastante tendenciosos e ideologizados. É preciso que se defina melhor quais e quantas são as mídias, no que elas se diferenciam, quais são seus donos e suas intenções não-explícitas. Tendo isso em conta, é possível fazer uma leitura crítica das TVs e dos jornais. Ao lado disso, é preciso combater o monopólio da informação, estatal ou privado. O resto é autoritarismo enrustido.

07/10/2009

14/09/2009

Vejam lá no blog do Massote um novo post sobre a questão (mal explicada) do World Trade Center: Ataque às torres gêmeas (tradução deste que vos fala).

10/09/2009

Zeca Pagodinho


Pro broda Zu Moreira
Tem duas recentes traduções deste vosso criado no blog do Massote, ambas muito elucidativas. Confiram lá: Crise: retorno a Marx e O caos afegão

06/09/2009

Ser síndico de prédio é um excelente modo de conhecer a alma humana. Original do Mato Grosso, o sujeito resolveu dedicar-se à carreira de popstar. Montou banda, distribuiu flyers, marcou shows e, após gastar os tubos em autopromoção, evidentemente fracassou. Falido, passou num concurso público em Minas Gerais, largou mulher e filho no Mato Grosso e veio dar com os costados aqui, onde arrumou outra mulher e outro filho. Apresentou-se dizendo que havia desistido da carreira de popstar e que a sua vida agora era o serviço público. Mas finalizou a conversa pedindo meus préstimos de ilustrador para fazer-lhe um boneco, com a guitarra em punho, a ser posto na sua página na internet. Telefone, blog, joguei tudo no lixo, como sempre faço nesses casos.
A vaidade, assim como a esperança, é a última que morre.

03/09/2009

30/08/2009

Diz o Massote que o governo Lula ressuscitou o axioma do Jarbas Passarinho: às favas com os escrúpulos.

29/08/2009

26/08/2009

20/08/2009

14/08/2009

07/08/2009

Zé de Castro


José de Castro, jornalista de que o Aécio Neves não gosta de ouvir falar.

03/08/2009

30/07/2009

Jamelão.


Mais um pro blog do meu amigo Zu.

24/07/2009

Acabo de traduzir uma entrevista com o sociólogo estadunidense James Petras, muito elucidativa sobre a questão hondurenha. Confiram no blog do Massote: Petras

23/07/2009

16/07/2009

11/07/2009

10/07/2009


A segunda versão do Chico ficou melhor. Vejam aí. O olho é a janela da alma, como diz o vulgo.

Acidentes

Saí do banho ontem e quebrei aplicadamente o dedo do pé. Enrolava o pé na toalha para enxugar, quando o pano enfiou-se miseravelmente no espaço entre dedo e outro. A toalha enrolou-se de tal maneira naquele graveto frágil que, quando puxei-a de volta, torci algo lá dentro. Ouvi apenas um ruído seco, o recheio crocante da fina barra de amendoim se quebrando. Somos nossos piores inimigos.

02/07/2009

Martinho da Vila


Esta é pro blog do meu amigo Zu Moreira, cronista do samba e jornalista do Tempo, entre outras virtudes.

25/06/2009

Cartola


Este desenho vai pra uma galeria de grandes mestres do samba que eu e meu amigo jornalista Zu Moreira vamos fazer. Visitem o blog do Zu: A casa do samba

24/06/2009

Capítulo 7 de "Rayuela", do Cortázar

"Toco a sua boca, com um dedo toco o contorno da sua boca, vou desenhando essa boca como se estivesse saindo da minha mão, como se pela primeira vez a sua boca se entreabrisse, e basta-me fechar os olhos para desfazer tudo e recomeçar. Faço nascer, de cada vez, a boca que desejo, a boca que a minha mão escolheu e desenha no seu rosto, e que por um acaso que não procuro compreender coincide exatamente com a sua boca, que sorri debaixo daquela que a minha mão desenha em você.
Você me olha, de perto me olha, cada vez mais de perto, e então brincamos de cíclope, olhamo-nos cada vez mais de perto e nossos olhos se tornam maiores, se aproximam uns dos outros, sobrepõem-se, e os cíclopes se olham, respirando confundidos, as bocas encontram-se e lutam debilmente, mordendo-se com os lábios, apoiando ligeiramente a língua nos dentes, brincando nas suas cavernas, onde um ar pesado vai e vem com um perfume antigo e um grande silêncio. Então, as minhas mãos procuram afogar-se no seu cabelo, acariciar lentamente a profundidade do seu cabelo, enquanto nos beijamos como se tivéssemos a boca cheia de flores ou de peixes, de movimentos vivos, de fragância obscura. E se nos mordemos, a dor é doce; e se nos afogamos num breve e terrível absorver simultâneo de fôlego, essa instantânea morte é bela. E já existe uma só saliva e um só sabor de fruta madura, e eu sinto você tremular contra mim, como uma lua na água."

Bueno, em espanhol fica ainda mais bonito...
Atendendo ao pedido do meu amigo Eugênio, publico o primeiro parágrafo de "Vida y muerte de un traductor de películas", conto que mereceu um prêmio do Instituto Cervantes. Lá vai.

Se apagan las luces. Un haz luminoso atraviesa la negrura hasta la pantalla blanca, donde el gran ojo de pestañas inferiores postizas mira fijamente en mi dirección. La cámara en zoom recula despacio mostrando el ahumado interior del Leche Bar Korova. En el amplio salón azul hay muñecas desnudas, luces de neón color de rosa y chicos tomando leche dopada. Conozco bien ese lugar. Estoy devuelto al viejo mundo de luz y sombra del cine, un mundo extraño y a veces hostil, pero también tierno y voluptuoso. Me quedo bien aquí. Esa es mi realidad, no la otra, de carne, hueso, asfalto, horarios y cuentas por pagar. Lo mío es ese mundo de hombres y mujeres artificiales, esculpido en la materia huidiza del tiempo. (...)

23/06/2009

Minha amiga e vizinha Mahgah veio tomar um chá inglês aqui ontem. Conversa vai, conversa vem, perguntou:
- Quer dizer que você está no doutorado... E em que fase você está?
- A do desespero...

22/06/2009

Que diabo. Ganhei meu primeiro concurso literário (em espanhol), com o conto "Vida y muerte de un traductor de películas". O prêmio não foi lá grande coisa, mas vá lá. Publico aqui um trecho, após as modificações necessárias.

Homenagem a Cortázar

16/06/2009

Tive um sonho estranho ontem (como se todos não o fossem). Circulava por um salão onde várias pessoas se aplicavam num teste para participar de um filme nacional. Eu estava completamente nu e conversava numa boa com uma figura qualquer. Quando me dei conta de que aquilo era um lugar e uma situação públicos, falei pra moça: "Isto aqui é um sonho, viu? Posso fazer o que quiser." Continuei circulando quando de repente a cena corta para um corredor (em preto-e-branco) como o de O Processo e lá estão alguns colegas de serviço, encostados às paredes. Eu aceno para um sujeito conhecido, que me devolve o cumprimento, sorrindo. Era o princípio de realidade, pedindo para entrar no sonho. Acordei meio zonzo...

10/06/2009

Eventuais e queridos leitores, segurem as pontas aí que estou muito ocupado. Como dizia aquele VJ, logo mais, tem mais!!

06/06/2009

Yes, nós temos banana

No Brasil faz-se o chamado filme pornográfico de pobre. Planos longos e tediosos, pouca (ou nenhuma) ação dramática, locações horríveis, montagens deploráveis. Interessa mostrar aquilo em cima daquilo, em planos-detalhe acintosos. Uma sonda ginecológica faria melhor. Mas o que me choca mesmo, o mais das vezes, é ver como tudo se revela tão pobre e simplezinho. Não consigo deixar de pensar na vida miserável daquela "atriz" e em como ela teve de passar o diabo para chegar a fazer o que faz. Não consigo deixar de imaginar, por exemplo, seus dois filhinhos em casa esperando a mamãe trazer pra casa a féria do dia. No pornô brasileiro, é interessante notar, ainda, uma prosaica opção por valores domésticos e nacionais (mais por falta de grana do que por altivez): em vez dos vibradores supermegapower dos americanos, aqui temos humildes cenouras, bananas e patéticos balões introduzidos em moças com caras de "o que é que eu tô fazendo aqui?". Em vez das homéricas orgias ultra-tecnológicas norte-americanas, damos preferência a sexo com galinhas, anões, cavalos e cachorros. Como diria o Paulo Francis: waaaalllllll...

25/05/2009

Frase de caminhoneiro das boas

Quem trabalha muito erra muito.
Quem trabalha pouco erra pouco.
Quem não trabalha não erra.
E quem não erra é promovido.

22/05/2009

Obama Sísifo


Segundo o Massote, o Obama configura o mito de Sísifo, na política norte-americana. É o escolhido pelo stablishment para rolar montanha acima o "american dream". Mas a pedra teima em rolar pra baixo...

21/05/2009