Pílulas sobre cinema, arte, hqs e cartuns, comentários efêmeros, confissões inconfessáveis, movimentos barrocos, delírios, divagações, elucubrações e exibicionismos baratos.
11/03/2008
Happy ending?
Há quem diga que só faço estórias com finais tristes. Não cabe sentido nessa afirmação. Narrar é como construir uma casa, "brick by brick", diria o Iggy Pop: você organiza a estrutura até um determinado ponto e, quando sente que não há mais nada a dizer, a termina. Uma narrativa é construída a partir de certos pressupostos e isso conduz a certo final, independentemente se triste, melancólico ou feliz. Às vezes, têm-se vários desfechos para uma mesma estória, e opta-se pelo mais expressivo. Outras vezes, a estória organiza-se segundo uma estrutura rígida, utilizando-se de padrões estéreis como o alfabeto, ou números, e nem final isso irá ter, exceto aquele fixado pela última letra, ou pelo último número. Foi o que fiz, quando roteirizei o filme de 5 minutos "Catálogo de biografias efêmeras", com nomes em ordem alfabética, de A a Z. É também o modo pelo qual cineastas como Peter Greenaway costumam montar suas narrativas. Nem tudo, em artes narrativas, tem que ter começo, meio e fim. Principalmente final feliz - deixemos isso para a vida.
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