25/05/2009

Frase de caminhoneiro das boas

Quem trabalha muito erra muito.
Quem trabalha pouco erra pouco.
Quem não trabalha não erra.
E quem não erra é promovido.

22/05/2009

Obama Sísifo


Segundo o Massote, o Obama configura o mito de Sísifo, na política norte-americana. É o escolhido pelo stablishment para rolar montanha acima o "american dream". Mas a pedra teima em rolar pra baixo...

21/05/2009

17/05/2009

Na boca do povo

Os amigos andaram falando de mim. Vejam só o que o grande Tala escreveu a meu respeito lá no blog dele: homenagem a PB. É lógico que eu gostei, Tala véio! Esqueci de dizer: o Talarico é um artista plástico de primeiríssima grandeza. Um pintor magistral, do que dá prova a belíssima pintura "Pessoas em groove", na minha parede, presente dele. É isso aí, Tala, amigão, obrigado! A Carol, queridíssima amiga e jornalista de primeira, colega de imprensa sindical, também andou falando mal de mim. Carol, você não toma jeito. Valeu! Leiam lá no Blog da Brauer.

16/05/2009

Talarico, gentle giant

Dois metros e meio de gentileza, bom humor e tranquilidade, típicos dos naturais de Juiz de Fora (minha mãezita é de lá): conheci o Talarico na redação do extinto "Felicíssimo", o "único jornal do mundo só de notícias boas". Eu e o Tala jamais concordamos com esse acróstico que o dono do jornal teimava em pespegar-lhe. Anarquizávamos as doze páginas do mensário com nossas charges venenosas, dando-lhes um caráter mais crítico do que felizinho de merda. Provavelmente isso gerou o ódio gratuito do chefe pelo Tala e a sua consequente demissão. Fiquei lá até o "Felicíssimo" fechar (eu e o cozinheiro geralmente somos os últimos a deixar o navio). Mas a amizade com o Tala se conservou. Certa vez, protagonizamos um episódio curioso: a antevéspera da morte do Tostão, um anão cabeçudo e de olhos esbugalhados que vendia jornais no Maleta. Saímos do "Felicíssimo" e fomos beber no Lucas, quando apareceu o Tostão, vociferando as últimas manchetes do "Diário da Tarde". Bêbados, caricaturizamos a figura folclórica na toalha do bar. Qual não foi a nossa surpresa ao deparar, no dia seguinte, com o obituário do anão, numa sarjeta da rua da Bahia, morto pelo paralelepípedo de um mendigo! Depois disso, eu e o Tala bebemos juntos em muitos outros lugares e ocasiões: em Juiz de Fora, Ouro Preto e BH (ganhei dele um quadro maravilhoso: "Pessoas em groove"). Só perdi o contato com o Tala quando ele se mudou para Porto Seguro com uma garota. A moça viciou-se em crack e o deixou sem casa e sem rumo (mas não sem humor), pelo que acabou voltando a BH. Sei que se casou e hoje vive contente e feliz em Juiz de Fora com mulher e filha, de onde comanda seu blog . É como dizia meu pai: ninguém nasce em Juiz de Fora impunemente.

15/05/2009

Diccionário de amenidades del español

Alto: dice de alguien de gran estatura. Sirve todavía para calificar alguien que se emborracha.

Armario: mueble dotado de cajones que guardan ropas, zapatos, secretos y, en ciertos casos, cadáveres.

Boda: cosa que no solamente idiotas suelen hacer.

Cartas: se escriben para mentir de manera muy elegante.

Comunista: especie en extinción. Todavía hay algunos. Confundidos por capitalistas con todos los que luchan por el bien comun.

Nadar: algo que se hace bajo el agua y que no es sexo.

Ordenador: máquina con botones, hilos, teclado y cabos, que sirve también para desordenar, especialmente si no la tenemos.

Política: muchas veces se cambia para quedarse absolutamente la misma.

Teléfono: instrumento utilizado para hablar de la vida ajena con la máxima descripción.

Votar: algo de que nos arrepentimos tan luego vemos el idiota que acabamos de elegir.

14/05/2009

Leiam lá no blog do Massote mais um texto sobre a morte de indiozinhos no Amazonas: Infanticídio

08/05/2009

Frase da semana

Do meu orientador: "Filme pornô é aquele no qual os talentos são medidos com fita métrica."

06/05/2009

Gostei tanto que resolvi postar

QUANDO SE TEM DOUTORADO
O dissacarídeo de fórmula C12H22O11, obtido através da fervura e da evaporação de H2O do líquido resultante da prensagem do caule da gramínea Saccharus officinarum, (Linneu, 1758) isento de qualquer outro tipo de processamento suplementar que elimine suas impurezas, quando apresentado sob a forma geométrica de sólidos de reduzidas dimensões e restasretilíneas, configurando pirâmides truncadas de base oblonga e pequena altura, uma vez submetido a um toque no órgão do paladar de quem se disponha a um teste organoléptico, impressiona favoravelmente as papilas gustativas, sugerindo impressão sensorial equivalente provocada pelo mesmo dissacarídeo em estado bruto, que ocorre no líquido nutritivo da alta viscosidade, produzindo nos órgãos especiais existentes na Apis mellifera.(Linneu, 1758) No entanto, é possível comprovar experimentalmente que esse dissacarídeo, no estado físico-químico descrito e apresentado sob aquela forma geométrica, apresenta considerável resistência a modificar apreciavelmente suas dimensões quando submetido a tensões mecânicas de compressão ao longo do seu eixo em conseqüência da pequena capacidade de deformação que lhe é peculiar. *

QUANDO SE TEM MESTRADO
A sacarose extraída da cana de açúcar, que ainda não tenha passado pelo processo de purificação e refino, apresentando- se sob a forma de pequenos sólidos tronco-piramidais de base retangular, impressiona agradavelmente o paladar, lembrando a sensação provocada pela mesma sacarose produzida pelas abelhas em um peculiar líquido espesso e nutritivo. Entretanto, não altera suas dimensões lineares ou suas proporções quando submetida a uma tensão axial em conseqüência da aplicação de compressões equivalentes e opostas.

QUANDO SE TEM GRADUAÇÃO
O açúcar, quando ainda não submetido à refinação e, apresentando- se em blocos sólidos de pequenas dimensões e forma tronco-piramidal, tem sabor deleitável da secreção alimentar das abelhas; todavia não muda suas proporções quando sujeito à compressão.

QUANDO SE TEM ENSINO MÉDIO
Açúcar não refinado, sob a forma de pequenos blocos, tem o sabor agradável do mel, porém não muda de forma quando pressionado.

QUANDO SE TEM ENSINO FUNDAMENTAL
Açúcar mascavo em tijolinhos tem o sabor adocicado, mas não é macio ou flexível.

QUANDO NÃO SE TEM ESTUDO
Rapadura é doce, mas não é mole, não!
(*) Enviado pelo Eugênio, meu chapa

04/05/2009

A morte anunciada de Tititu e sua tribo

Na sala apertada, de janelas pequenas e paredes de cal desbotado, sentaram-se índios e não-índios. O ar condicionado velho fazia barulho e não esfriava.
– É muito triste sempre –, me diz a Lucília.
Ela tinha ido a Lábrea para a reunião do DISEI (Distrito de Saúde Indígena) onde as ONGs participam de decisões junto com orgãos públicos. A Lucília está sempre preocupada com a micro-cidade de Lábrea e suas mazelas: corrupção, devassidão extrema, doenças, falta de víveres, só para nomear algumas.
As gentes da Lábrea têm o rosto macilento de muitas malárias e muitas cachaças. Falam sem convicção, parecendo para um novato que não sabem do que dizem. Mas sabem; só não creem mais que algo possa mudar no caos de desserviços que os governos fingem prestar àquele arremedo de cidade.
– É isto que mais me dói –, me diz Lucília na volta. – Os índios baixam a cabeça como animais domesticados à custa de muita dor. O formato da reunião já é excludente. Discute-se como numa repartição pública, e os indígenas não acompanham.
A situação Suruwahá é discutida. Lucília imagina a dificuldade dos técnicos presos no posto distante de tudo. Parece que nem visitar a aldeia eles conseguem. O medo, o salário, menor ainda: – Os índios que se virem para andar até o posto.
E assim foi. No dia 14 de janeiro, Naru caminhou sete horas com a Tititu nos braços, antes gordinha e viva, agora de repente pele seca, sem vida. No posto faz-se uma chamada no rádio para Lábrea. A menina estava péssima o técnico não sabia tratar. Faz gestos e sons de avião para mostrar aos pais que ela deveria ser retirada. A noite caiu, a menina piorou, na madrugada o corpinho esfriou e foi endurecendo aos poucos. Se foi a alma da Tititu para o lugar cheio de bananas fartas e peixes grandes.
Tititu foi escolhida para morrer desde que nasceu. A Ideologia que mantém os Suruwahá impedidos de obter um tratamento médico decente prevê que casos de deformidade congênita têm que ser "eliminados" no nascimento. O pai se recusou a matá-la ao ver a deformidade com que nascera. Não conhecia a Ideologia, ainda se sentia gente. Pediu ajuda, Lucília e Moisés conseguiram retirá-la. Com a oferta de muita gente espalhada pelo Brasil afora, sem ônus ao erário, ela foi levada a São Paulo para ser operada no HC. A Ideologia envia um procurador do MP que proíbe a cirurgia. Os médicos ficam chocados com a proibição, mas não podem fazer nada. A TV divulga a história, a pressão se torna grande, o procurador desiste do impedimento e a menina recebe a operação que a torna gente. Volta à aldeia, precisando de um medicamento mensal. Enquanto a ONG está presente, a medicação chega. Agitamos meio mundo, vamos para a Funasa a cada atraso, envia-se avião arremessando a medicação. Até que a Ideologia nos impede de voltar à aldeia. Saímos de cabeça baixa. Nas mãos da Ideologia, os índios não têm chance. Para o CIMI, a Funai, a Funasa, eles não são gente. São um construto antropológico, um número nos gráficos. A falta do remédio na data certa poderia causar a morte da menina Tititu. Morte já prevista, escrita, desenhada, explicada academicamente na voz estridente da Ideologia. É a inexorável força do darwinismo social.
Tristes só ficamos nós, imaginando o sofrimento de Naru, o pai, e de Kusiumã, a mãe, carregando a filha na mata escura para vê-la esfriar de repente ao som de um forró desafinado no barraco de madeira do posto da Funai.

Profa. Bráulia Inês Ribeiro
Mestre em etnolinguística pela Universidade Federal de Rondônia
30 anos de experiência com comunidades tradicionais amazônicas

A burocracia do governo, que trata os índios como se fossem crianças (está numa lei idiota dessas por aí), opõe obstáculos imensos para a assistência à saúde dos indígenas. A carta acima, da minha irmã, que mora em Rondônia, é uma prova disso. Ela está sendo vítima de perseguição política do governo, que não considera índios como seres humanos, dotados de direitos básicos como o acesso à saúde pública. Envolveu-se nesse quiproquó e agora vai ter de mudar-se para o México. Quosque tandem, Catilina, abutere patientia nostra?

02/05/2009

Degradação ambiental

A mineradora Vale, em consórcio com o Governo de Minas Gerais, está promovendo a destruição da Serra do Tamanduá, um santuário ecológico na região central de Minas Gerais. A empresa vai despejar os resíduos da mina sobre população e bioma locais, tudo com as bençãos do Aético Snif Snif Neves. Vejam o vídeo no blog do Massote: vídeo

Ilustra pro artigo: Porões da ditadura