21/05/2010


Esta foi pra uma revista. Ficou maneira.

16/05/2010


Raulzito.

Mais um de uma pasta velha que achei. Sepultura na época do Max.

O Rei.

Esta aqui é da mesma época dessa aí embaixo. Fiz no dia em que o Joey Ramone morreu. Good rockers never die.

Stones e outros monstros


Its been a bloody fucking long time. Eu fazia um jornal anarquista com um bando de vagabundos da universidade, chamado "Metralha". Na última página, sempre vinha uma caricatura, em tamanho grande. Esta aqui recebeu o título, dado pelo meu amigo Pedro, que sumiu lá pra Amazônia: Pedras que rolam não criam limo. Its been a bloody fucking long time.

13/05/2010

De homens e formigas

Adoro formigas e o mundo difícil e mínimo em que vivem. São insetos incríveis, carregando para cima e para baixo enormes torrões de açúcar, grandes migalhas de pão e rubicundos grãos de arroz. Desaparecem com seus alimentos para dentro de profundas cavernas construídas nos interruptores, no rejunte dos azulejos, no vértice das escadas e até nos teclados de computadores, de onde costumam entrar e sair em trânsito frenético. Onipresentes, circulam por aí a partir um micro-sistema de artérias e vasos capilares, sempre buscando comida, preferencialmente fermentável. Se não acham alimento – objetivo central de suas existências –, transferem-se com rapidez e em grandes êxodos para outras plagas, onde construirão novos e intrincados condomínios subterrâneos para guardar os ovos de suas descendentes. E podem morrer aos milhares à simples passada de seres dezenas de vezes maiores que seus frágeis exoesqueletos, conquanto suficientemente fortes para sobreviver ao apocalipse, a exemplo das velhas e proverbiais baratas.
Viciei-me em formigas sobretudo depois de ler Julio Cortázar, escritor atento à epopéia desses curiosos animais. Nos contos do argentino, há sempre formigas com cabeças de homem, homens com cabeças de formiga, mulheres-formiga, homens-formiga. Para o escritor, formigas e homens habitam em igualdade de condições um mesmo mundo fantástico, onde rigorosamente tudo é possível, até a realidade. Nas simbioses, mutações e metamorfoses de Cortázar, a vida nos grandes centros surge, pois, muito próxima àquela do interior dos formigueiros. Para este autor, a semelhança do nosso universo com o das formigas parece estar nesta diligência nervosa com que conduzem suas existências, sempre em elétrico movimento de auto-preservação. É assim que imagino as formigas tão avançadas em tecnologia quanto nós, ou até muito mais, a ponto de já disporem, no interior de seus esconderijos, de recursos eficazes o bastante para permitir que migrem a outros planetas e os colonizem, em caso de uma eventual hecatombe nuclear. Nesse último quesito, os pobres seres humanos temos larga desvantagem em relação às himenópteras. Até agora, faltou-nos tempo para elaborar uma tecnologia útil em nos fazer cruzar o éter, desembarcar num novo planeta, habitá-lo e civilizá-lo, quem sabe em bases menos irracionais. Estivemos muito ocupados inventando o apocalipse.