13/11/2012

Zé Dirceu...

03/11/2012

Carica dos Beatles, feita pro blog do Mastrotti. Confiram a entrevista deste que vos fala aqui.

01/10/2012

De uma cartilha sobre assédio moral que ilustrei por aí.

25/07/2012

Texto pro blog do Massote. Confiram aqui: "O ditador e o cartunista"

04/07/2012

17/06/2012

Iggy Pop, também conhecido como O iguana.

31/05/2012

Feminismo reloaded: vivam as vadias Artigo publicado no blog do prof. Massote

14/05/2012

Greenaway e a morte do cinema

Greenaway é um agent provocateur. Um artista plástico que leva para a instituição cinema o germe da radicalidade artística contemporânea. Ei-lo aqui, em interessante entrevista, na qual faz outra de suas invectivas contra o cinema industrial, as quais já se tornaram a sua marca. Ao decretar a morte do cinema,  ele diagnostica, na verdade, a morte de um tipo de cinema, aquele de cuja existência dependeu todo um ritual de fruição, inseparável do cenário cultural do século XX. Os tempos agora são outros, e toda uma nova atitude em relação às imagens em movimento emergiu com o advento das tecnologias da informação. A internet, a imagem digital e o computador pessoal implodiram não só com hábitos culturais arraigados, mas também a estética do cinemão clássico. Greenaway, porém, faz questão de polemizar sempre que pode. E a estética clássica, bem como o hábito de entrar nas salas escuras para a "imersão diegética" do espectador continuará a existir, enquanto houver gente interessada nesse tipo de projeção. Greenaway sabe disso, embora não diga. A morte à qual ele se refere, portanto, não é a extinção pura e simples do cinema tal como o conhecemos no século XX. Mas a sua transformação em algo novo, em algo que desparece para que outra coisa surja em seu lugar. É isso aí.
Entrevista Greenaway

Se o Che lamentava que sua revolução tivesse derivado no uso, por milhões de jovens mundo afora, de camisetas com a famosa imagem de seu rosto cabeludo estampada em branco e preto, eu cá lamento o fato de que essa boa moda hoje se precipita lentamente no oblívio. Nos últimos tempos, não tenho visto ninguém usar as gloriosas camisetas com a foto do Che, em plena tomada da Sierra Maestra, capturada pelo olho de Alex Korda num momento de pura felicidade. A imagem está para o século XX assim como “A revolução sobre as barricadas”, do pintor francês Eugène Delacroix está para o século XIX: inseparáveis um do outro. Em golpes de luz e sombra, a Leika de Korda logrou congelar, no tempo e no espaço, não apenas o clamor por mudanças em todos os níveis da geração inconformista dos anos 60, mas também a grita por um mundo, senão melhor, muito diferente, entoada por boa parte da humanidade ao longo do século passado. Tudo bem que estamos no século XXI e os tempos são outros. Tudo bem que a ação política não acabou. Mas me dá urticária ver que os jovens de hoje preferem circular por aí com a efígie horrenda da Lady Gaga estampada em cores berrantes nas camisetas do que com a foto em preto e branco do velho e bom guerrilheiro argentino. Espero não seja este um sinal de que a utopia está ficando fora de moda.

05/05/2012

Assim morrem os pianos
Lá em casa tinha um piano. Chegou a nós como herança da avó materna. Gastas e desalinhadas, as teclas ainda tocavam bem. Não negavam melodias às novas gerações, embora rilhassem os dentes ao toque dos iniciantes. Era um piano temperamental. De ébano luzidio, tinha forro de veludo vermelho por dentro e grandes harpas douradas. Instrumento caseiro mas elegante, não faria feio apresentando-se em grandes concertos. Nos últimos anos, porém, não tocava nem o bife. Estava gasto, velho, triste. Ninguém lá em casa se animou a seguir o caminho da música, e o piano foi ficando meio de lado. Não demorou muito e começou a errar o tom, negar notas, faltar com sustenidos e bemóis. Faz pouco, o piano calou-se para sempre. Especialistas tentaram, em vão, reanimá-lo. Examinaram-no de alto a baixo, sem que seu problema fosse detectado. E não houve quem pudesse tirá-lo daquele profundo e inexplicável mutismo. Terminou seus dias vendido a um Topa Tudo como sucata. Mudo, porém vingado. Quem não soube entendê-lo foi aquele bando de ingratos.
Também recentemente publicado no blog da Alice Salles
A vida de Jesus
Jesus e Wilson vieram morar na capital, pensando em tirar sustento do artesanato de latinha de refrigerante. Catavam as latas na rua e as cortavam com uma tesourinha. O resultado eram caprichosos cinzeiros vendidos a um real, quando não trocados por cigarros. Instalaram-se no mezanino externo de um supermercado, a salvo das intempéries. Viviam à base de artesanato e esmolas, num reality show a céu aberto acompanhado com interesse pelos moradores do bairro. Passando por ali de ônibus, várias vezes os surpreendi fazendo comida num fogareiro, em meio a uma coleção de trastes. Soube da morte de Jesus pelo rádio. Teria fumado crack com outro morador de rua, com quem se desentendeu por motivo fútil. Wilson dormia no momento em que Jesus foi derrubado por um pontapé. O artesão quebrou o pescoço no cimento, após despencar de uma altura de dez metros. Sobrou Wilson, que morou no mezanino ainda por algum tempo. Perdi-o de vista depois que fecharam o local com uma grade de aço, encimada por uma espiral de farpas cortantes. 
Texto publicado no blog da Alice Salles.
Cartuns que fiz pra umas aulas que vou dar.

18/01/2012

Mais um texto pro blog da Alice Salles: Geografia dos sonhos.