01/11/2008

Joy Division

Vamos combinar: eu gosto de rock’n’roll, fazer o quê? Fui ver “Joy Division”, um documentário sobre este grupo de finais dos anos 70 e início dos 80. O diretor mescla a trajetória da banda à história da cidade de Manchester, bombardeada na II Guerra e hoje uma grande e moderna, no bom sentido, cidade inglesa. Há imagens poderosas, como fotografias de como era Manchester nos anos 70: construções horríveis, à maneira de enormes hospitais ou sanatórios dominavam a paisagem. Muitas fábricas, pessoas criadas para não serem mais que operários, degradação: exatamente o cenário vazio de sentido descrito nas letras de Ian Curtis, poeta tresloucado, para lá de deprê e vocalista do Joy Division. Há entrevistas com os outros três membros da banda, com as ex do Ian Curtis e com os criadores da sonoridade industrial dos caras (engenheiros de som, produtores, etc.). Deborah Curtis é um show à parte: linda ainda hoje e inteligente. Foi depois de uma briga com ela e depois de ter visto o filme “Strozeck”, de Werner Herzog, que Ian Curtis deu cabo da própria vida. O filme, em suma, é uma ótima viagem no tempo, de volta ao espírito dos oitenta, dark, pesadão, sufocante, super fim de século. Ouvi as canções do Joy Division, no rádio, somente no final dos anos 80. Naquela época já carregava pra cima e pra baixo um livro de capa totalmente branca, sem título, com as letras do Ian Curtis. Nada muito genial, o filme é somente mais um documentário sobre banda, como há muitos por aí. O detalhe é que foi uma das melhores bandas de todos os tempos. Valeu o ingresso.

2 comentários:

Alice Salles disse...

Alguém me perguntou "que banda que resume os anos 80 pra vc?" e eu respondi sem pensar "joy division"...

Paulo Barbosa disse...

Subscrevo a tua afirmação. No Brasil, foi a Legião Urbana.