27/02/2009

Sarney

Tenho pavor de figuras “públicas” como o José Sarney. Há um filme do Glauber Rocha, Maranhão 66, que já mostra este senhor no palanque d’algum sertão nordestino em 1966, rodeado por miseráveis, fazendo um discurso tão ruim quanto o que sempre se esforça em fazer, hoje, nas tribunas do Senado. Além do texto preciosista, fraco, insosso, é preciso ter estômago para agüentar a figura física e moralmente execrável desse parasita do estado brasileiro desde tempos imemoriais. O Glauber foi brilhante ao colocar, no filme, cenas de gente semi-morta, famélica, doente e assolada por moscas nos hospitais públicos do Maranhão, enquanto o Sarney derrama seu palavrório em off. Uma ironia que, por sorte, o “alto acadêmico” Sarney não percebeu: foi ele o financiador do filme. O que talha o sangue é saber que, quando essa figura grotesca morrer, não faltarão homenagens ao “ilustre brasileiro, defensor dos fracos e dos oprimidos, baluarte da luta pela liberdade em nosso país, elevado caráter e artesão supremo do nosso vernáculo”. Tudo pago com dinheiro seu, meu, nosso, naturalmente. Dá ânsia de vômito.

4 comentários:

Netum disse...

cara teu trabalho é muito bom ... e nos arquivos vi uma homenagem a uma figura fantástica ... o Nilson ... abraços PB !

Alice Salles disse...

é por essas e por outras que eu acho que não tem mais o que fazer. vamos bombardear tudo!?

Paulo Barbosa disse...

É isso aí, Netum!

Paulo Barbosa disse...

E tome bigode!