22/02/2008

Confissões de um rocker

Quando eu era menino, havia Stones, Beatles e Ramones tocando no rádio. Os discos ainda eram bolachas de vinil, e música não se parecia com o negócio ruim e escroto de hoje. Meu primeiro disco foi uma coletânea do J.S. Bach, em versão para órgão “moog”. Depois veio um do Kraftwerk. Teve um Led Zepellin que roubei nas Lojas Americanas, na cara de pau. Nos anos 80, o melhor eram as bandas pós-punk, cujas músicas eu ouvia em rádios alternativas. Só fui ter acesso aos discos no final dos anos 90. O “Closer”, do Joy Division, por exemplo, comprei em 1996, num sebo. Foi onde comprei também uma ótima coletânea do Bauhaus. Até hoje me pergunto que fim levou o vocalista do Bauhaus. Na época, ele encarnava o lado maldito do rock. Será que se tornou um senhor gordo e careca, cuidando do seu jardim inglês?
A vida não é ruim quando se têm cigarros de palha, café e os blues do Howlin Wolf. Durante um bom tempo, foi só o que ouvi. “Você misturou a minha bebida com uma lata de corante vermelho do diabo. Aí sentou e assistiu, esperando que eu morresse. Estou te deixando mulher, para não cometer um crime”. É, o cara não teve uma vida fácil.

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