09/04/2008

Ferro velho blues

Volto ao ar insalubre das ruas sem saída.
Errei por aqui muita vez em busca de mim mesmo.
De tudo, guardei apenas cicatrizes e incertezas.
Olhos e mente sobrecarregados.
Vi o suficiente, vivi o suficiente.
Fiz parte da canalha. Apertei mãos viscosas, beijei faces obesas.
Senti a lâmina fria da mentira e do orgulho.
Chamado de ridículo, cínico e hipócrita,
Agradeci os elogios e rumei em sentido contrário.
Cheguei a pensar que houvesse tempo.
Mas os relógios estão parados, as horas estão paradas.
Como um navio em naufrágio, posso sonhar que ainda vivo.
Mas já é tempo de partir.

Cometi outros, além dos versos da juventude. Este poema (imperdoável) é de 2005, por aí. O sentimento não mudou. A poesia incerta, meio fajuta, também não.

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