22/03/2008

Em Paris

A velha e boa escola francesa de cinema ainda gera bons frutos. Em Paris começa com o narrador lançando a pergunta: pode o amor levar alguém a pular da ponte? O que se verifica no restante do filme é uma resposta afirmativa, expressa pela trajetória de rapaz que, separado, tenta curar-se da depressão pós-rompimento. Um flash back traz o rapaz como refém do amor de sua mulher, que decide os destinos do casal (assim costuma acontecer). Tem-se uma cena de sexo, e a mulher dirige ao partner a pergunta fatídica: por que você sempre toma banho depois de transar comigo? Ela mesma dá a resposta, explicando que seria pelo fato de o rapaz não querer misturar-se ao suor dela, pois a considera suja. Logo, ele não a ama mais e nada haveria a fazer diante disso, a não ser separar. O filme, em suma, trafega pelo binômio sujeira/limpeza para discorrer sobre os caminhos e descaminhos das relações humanas, levando a pensar que amar, afinal, deve ser exatamente sujar-se, lambuzar-se no outro...

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