27/03/2008

Histórias de vida

Encontrei o velho amigo no Maletta. Entre umas e outras, contou ter sido deixado pela mulher, que não queria largar a coca. Deprimido e sem dormir, ele tomou três cartelas de Rivotril. Ainda insone, tomou mais três de Dramin e ligou pro Samu, que explicou não atender casos de suicídio. Foi acordar três dias depois, já no hospital, os médicos fazendo a curetagem.
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A distinta senhora veio preencher o cadastro do condomínio. Paraense, largou o marido lá para vir cuidar do filho, que faz faculdade e mora sozinho. Visivelmente deprimida, contou, às lágrimas, não ter se adaptado à cidade. Acha tudo e todos muito estranhos. Respondi que moro aqui desde que me entendo por gente e acho a mesma coisa: BH não é para amadores.
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O amigo me ligou dizendo que vai tocando seu barquinho a vapor. Dores na coluna, infecção urinária, fígado em petição de miséria: é o saldo do divórcio, após vinte anos de casado. Ao consultar-se, o médico, outro separado, disse a ele ser esta a pior experiência que alguém pode passar. Receitou-lhe acupuntura, cerveja sem álcool e outra mulher.
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Dada a crises psicóticas, a velha senhora foi à igreja Universal. Os pastores viram-na frágil e entenderam de tirar-lhe o demo. Ela diz que foi curada de um problema qualquer nos rins e que agora quer curar-se de um nódulo no pescoço. Vale tudo para evitar as cirurgias pelo SUS.

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