20/03/2008

Rambo com botox

O rosto de Sylvester Stallone não foi o único a ter recebido botox para o remake Rambo IV. O roteiro deste ícone da violência nos anos 80 também levou doses cavalares da substância, buscando inflar um argumento já flácido, originalmente criado para justificar o belicismo reaganista. Estica daqui, puxa dali e o resultado é parecido com um bolo ao qual se acrescentou muito fermento. No plot, o sul da Ásia é uma terra de povos rústicos e ignorantes. Grupos rebeldes instauram o caos, matando mulheres e crianças. Os americanos estão lá para fazer o bem, mas são sequestrados pelos rebeldes. Resta a Rambo empunhar a metralhadora e liquidar, sozinho, um exército de asiáticos, a exemplo do que fez com os vietnamitas no segundo episódio da série, para resgatar os americanos. Só que os tempos são outros, e a ação de Bush no Iraque, por exemplo, sofre críticas severas também nos EUA: se Rambo pela quarta vez e com um recauchutado Stallone soa ridículo hoje, também é pra lá de pífio o argumento sobre o qual o filme procura se sustentar. A curiosidade mórbida, porém, leva-me a ver o filme, que mostra o incrível trabalho do tempo, do botox e da cirurgia plástica sobre a imagem mutante de Stallone.

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