23/03/2008

Não estou lá

Todo mundo conhece os casos famosos de Bob Dylan nos anos 60: apresentou maconha aos Beatles, foi cantor de folk, barbarizou seus fãs ao montar uma banda de rock’n’roll, uniu-se a Joan Baez em canções de protesto, visitou Woody Guthrie antes de o bluesman branco morrer, converteu-se ao cristianismo nos anos 70, etc.. O que o diretor Todd Haynes faz em Não estou é alinhavar esses casos de forma que, em cada um deles, Bob Dylan seja encarnado por um ator diferente. As histórias contadas pelo filme não têm qualquer pretensão documental, sendo assumidamente fantasiosas. O resultado é interessante no que procura dar à montagem um ritmo musical, pontuado pela atuação dos diversos Dylans. Com isso, Não estou lá foge à narrativa linear, optando por uma narração fragmentada, opção adequada a um filme que evita a seriedade. O melhor dos episódios é sem dúvida o vivido por Kate Blanchet, irretocável e completamente blasé no papel do bardo norte-americano. Os grandes clássicos de Dylan também marcam presença, de Visions of Joana a Like a rolling stone, o que compensa a ida ao cinema, já que o filme não chega a ser essencial.

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